Wednesday, January 17, 2007

Catalunya

La gente! La gente, multicolorida, cheia de faces, montes de olhos, narizes e afins. Gente que fala estranho e pinta o cabelo de verde fosforecente. Vale! Vale! Me dá igual! Essa gente que se esconde mostrando a cara no Bairro Gótico, imitando estátua, vendendo floretas ou só cantando e tocando um pouco de vida pra quem passa. Beber água da fonte pra voltar pra Barcelona, colocar a mão na tartaruga e fazer um pedido. Barcino, o latim. Daqui eu vejo a Sagrada Família que me berra "Sai de casa, vai respirar Gaudí, Miró". O mundo quer se sentar no Pac Guell e tirar foto, foto tomando cafézinho é mais chique. Eu gosto do Gaudí porque ele literalmente pegou os estilhaços esquecidos por aí e fez arte e, além disso, o Gaudí é o oposto do cartesiano; ele é onda, o parque dele é um labirinto de ondas, bem no alto, pra não se manchar com a racionalidade lá de baixo. O lugar dos ricos é o Tibidabo. Aqui da cidade se avista um castelo que brilha lá longe, em um pico que não facilita pra quem quer alcançá-lo. Mas lá existem as casas - as torres - lindas, como as que eu dia quero ter, existe um museu da ciência onde o Einstein vive e é secreto. As Ramblas. Na verdade há mais de um lugar com esse nome, mas a famosa, a "oficial", fica perto da Praça Catalunya. O que me encantam são os plátanos, as árvores que enfeitam a cidade, como em Paris. No inverno, nada há de mais inspirador do que caminhar observando o cair das folhas secas dos plátanos. A baleia da praia de Barceloneta, a escultura que parece um prédio desabando, o prédio moderno que é um perfeito pênis ereto. O que será que preenche essas mentes espanholas?

Um texto que não tem fim, esse da Catalunha. Terminará junto com as obras da Sagrada Família.


ps: Aqui, quando querem dizer "nunca", dizem "cuando quedarse lista la Sagrada Família", porque Barcelona recebe muito dinheiro da Espanha por causa dessas obras, entonces...

0 Comments:

Post a Comment

<< Home