Amnésia
Ele está morto. Morreu, seu olhar morreu, morreu seu cheiro, morreu o toque e a voz. Morreram as palavras. Ele está morto e não há nada a fazer; não há restos, não há odores, não há saudade e muito menos há perdão.
Ele está morto e com ele morreram as pequenas partes de um sonho real. Não me lembro do dia de sua morte, da roupa que vestia, da última despedida. Lembro-me apenas e, todo dia, da raiva que meus olhos congelam quando penso em recordar. Ele morreu.
Morto estava e enterrado junto com a sua covardia ele permanecerá. Morto. Havia luz em seus ideais, mas havia medo, medo demais. Havia cortes e machucados, havia desespero, havia... Havia pavor de não ser o suficiente.
Nenhum de nós é o suficiente. Ele nem ao menos quis ser, preferiu morrer, sempre soube que eu o levaria à morte.
Morto, ele impôs o fim a todas as esperanças. Ele teve medo de não ser o suficiente e foi nada, não foi. Foi a morte, apenas.
Ele está morto, assim como eu morri – morri para sobreviver. Deixei-me para trás, recolhi as formas e fôrmas dos sentimentos e vim embora para construir um novo lugar em que pudesse repousar minha alma.
Ele morreu e não viverá novamente. Morreu por causa da pretensão, por causa da ignorância e da ingenuidade da pretensão. Quis viver antes de existir e, sem existir nem viver, prendeu-se à teia das suas angústias e impotências, criou amarras para não escapar da sua mais amarga tristeza. Morreu porque amou errado a morte.
Ama-se a morte depois que se tocou a vida. Ele não quis tocar a vida, ele fugiu da imperfeição da vida e se transformou em poeira. Poeira humana.
Morto. Está morto aqui e ali. Está morto para os meus olhos, para minha pele, para meus ouvidos e para minha consciência. Ele morreu; eu sobrevivi. Sobrevivi porque ele morreu. Sobrevivi e tornei-me outra pessoa: a pessoa que eu sempre intui que seria.
Estou viva porque piso sobre o que não sei mais me lembrar. Piso na tragédia e fixo o olhar na beleza das novas palavras, no frescor dos novos labirintos, na liberdade dos novos abismos.
Aprendi a morrer. Portanto, não temo mais a vida. E que sopre o vento e que floresçam os jardins e que brilhem os arco-íris e que ecoem as risadas e que as estátuas se movam...
Enquanto ele estiver morto, eu estarei viva.
Ele está morto e com ele morreram as pequenas partes de um sonho real. Não me lembro do dia de sua morte, da roupa que vestia, da última despedida. Lembro-me apenas e, todo dia, da raiva que meus olhos congelam quando penso em recordar. Ele morreu.
Morto estava e enterrado junto com a sua covardia ele permanecerá. Morto. Havia luz em seus ideais, mas havia medo, medo demais. Havia cortes e machucados, havia desespero, havia... Havia pavor de não ser o suficiente.
Nenhum de nós é o suficiente. Ele nem ao menos quis ser, preferiu morrer, sempre soube que eu o levaria à morte.
Morto, ele impôs o fim a todas as esperanças. Ele teve medo de não ser o suficiente e foi nada, não foi. Foi a morte, apenas.
Ele está morto, assim como eu morri – morri para sobreviver. Deixei-me para trás, recolhi as formas e fôrmas dos sentimentos e vim embora para construir um novo lugar em que pudesse repousar minha alma.
Ele morreu e não viverá novamente. Morreu por causa da pretensão, por causa da ignorância e da ingenuidade da pretensão. Quis viver antes de existir e, sem existir nem viver, prendeu-se à teia das suas angústias e impotências, criou amarras para não escapar da sua mais amarga tristeza. Morreu porque amou errado a morte.
Ama-se a morte depois que se tocou a vida. Ele não quis tocar a vida, ele fugiu da imperfeição da vida e se transformou em poeira. Poeira humana.
Morto. Está morto aqui e ali. Está morto para os meus olhos, para minha pele, para meus ouvidos e para minha consciência. Ele morreu; eu sobrevivi. Sobrevivi porque ele morreu. Sobrevivi e tornei-me outra pessoa: a pessoa que eu sempre intui que seria.
Estou viva porque piso sobre o que não sei mais me lembrar. Piso na tragédia e fixo o olhar na beleza das novas palavras, no frescor dos novos labirintos, na liberdade dos novos abismos.
Aprendi a morrer. Portanto, não temo mais a vida. E que sopre o vento e que floresçam os jardins e que brilhem os arco-íris e que ecoem as risadas e que as estátuas se movam...
Enquanto ele estiver morto, eu estarei viva.
10 Comments:
é.tem gente que pode ser única mas escolhe ser só mais um.mais um dos muitos que ainda vão morrer.pq a vida é assim, uma seqüencia de pequenas mortes.
fúnebre?não.não.só o primeiro comentário.impactante.hehe.beijo moça.
Aqui quem comenta é um sujeito que entende do caso e do texto.
Brilhante, Dani. Na resolução e a na escrita.
Tiozim Ale.... disse...
É isso ai Dani... Muito bonito e verdadeiro....Pelomenos espero que seja...bola p/ frente que vc merece coisa melhor..
Beijos
Ale
A morte é um negócio interessante, né não? Justamente porque às vezes é a única forma de a gente voltar a viver. Bjos, Dani. Muito bom.
Não conheço muito vc, não conheço muito a história, mas endosso Massinha de Massinha, brilhante!
Texto de morte! Han han??
Curti viu! Até eu que não tenho muito o habito de ler.. escrever.. ou qqlr coisa mais intelectual hahaha
Brincadeira..
Bjao pra vc Dani!
Como vc consegue??!!
Vc se supera e nos surpreende a cada instante, admiro muito isso em vc!!!!
Sucesso para vc nessa sua VIDA de mta luz e felicidade!!!bjosss Camila
Texto duro esse, q o espírito o endosse! caso contrário lembra que serão essas as palavras q vão te atormentar, exigindo q se façam cumprir... a razão sempre se insinuando, mas na hora de combater é muito fraca!!
Mas eu acredito no seu espírito, e acredito q os ventos estão trazendo coisas boas (não é verdade?? hehehe)
Beijão pra ti!! E a gente vai se encontrar!!
Caramba Daniii !!! pra quem estava acostumada com os seus textos de 8ª serie !!! hahahahah
Meu a senhora profunda e inteligente cada vez mais me surpreende Dani !!!! Ameii !!!
Parabens Garotonaaa !! Continua assim q vc tem mtoooooooooooooooooo futuro com certezaaa !!!
beijinhus !!!!!
Pó !
Que as estátuas se movam... isso é bom.
Post a Comment
<< Home