Wednesday, October 04, 2006

Um pouco de você

Ele me alcançou e por mais que eu fugisse, me contorcesse e tentasse correr, as palavras dele já haviam submergido nos meus pensamentos e mais e mais eu confundia as horas com o início silencioso do inevitável.

Cedo demais, difícil demais, suave demais pra me desprender do medo. Embora longe demais, a proximidade do porvir começou a incomodar. Uma insegurança que já escorregou muito, que excede sempre a dose da vida e agora não quer mais tropeçar nos enganos.

Ele tinha nome, endereço, profissão, tinha CPF, RG, celular. Nada disso eu conhecia. Para todas essas informações me mantinha distraída, porque o resto todo me consumia: as idéias, as gentilezas, as ironias, os habilidosos passos do jogo, ele, ele me consumia como um doce meio amargo, cujo sabor resiste à água, ao tempo, à espera...

Cada vez mais perto, mais presente e eu mais absorvida pela companhia, pelo baile dos cortejos e pela delicadeza tão contundente que entrelaçava nossas palavras.

De repente, o coração ficou mais confortável com uma ansiedade generosa. Aquela tristeza boa de não poder esticar o braço e alcançar o outro, mas ter o outro tão perto quanto o pensamento pode abraçar.


2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Danitaaaaaaa da pra vc atender o celularrrrr pelamor!!!!!!!!! niver do léo amanhã na vila!

Wednesday, October 04, 2006  
Blogger .barile said...

34.161.097-5

Saturday, October 07, 2006  

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